BC europeu anuncia plano de estímulo para economia
BCE vai comprar € 60 bilhões em títulos por mês, pelo menos até 2016.
Medida, na prática, 'injeta' dinheiro no mercado e estimula a atividade.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, anunciou nesta quinta-feira (22) um plano de estímulo à economia do bloco. Segundo ele, o BC local irá comprar, a cada mês, € 60 bilhões em títulos públicos e privados.
Na prática, a medida vai "injetar" dinheiro novo no mercado, com o objetivo de impulsionar a vacilante economia da zona do euro, onde os preços ao consumidor caíram em dezembro pela primeira vez desde 2009. Com a medida, o BCE também busca aproximar inflação da meta de 2%.
O programa vai durar pelo menos até setembro de 2016, "e serão, de toda forma, conduzidas até que vejamos um ajuste sustentável no caminho da inflação que seja consistente com nossa meta de conseguir taxas abaixo, mas próximas de 2% no médio prazo", afirmou Draghi, em entrevista que se seguiu à reunião mensal, na qual o BCE também decidiu os juros em seu nível historicamente baixo de 0,05%.
A partir de março, os membros do sistema europeu passarão a comprar títulos que tenham grau de investimento e tenham sido emitidos por governos da zona do euro e agências e instituições europeias.
Segundo Draghi, a decisão anunciada nesta quinta foi tomada para se contrapor a dois "desenvolvimentos desfavoráveis": "Primeiro, a dinâmica da inflação continua a ser mais fraca que a esperada. (...) Ao mesmo tempo, a deficiência econômica na zona do euro continua considerável, e os desenvolvimentos monetário e de crédito fracos". "Em segundo lugar, ainda que as medidas monetárias tomadas no ano passado tenham resultado em melhoras materiais em termos de preços no mercado financeiro, não houve resultados quantitativos", disse.
Mais de 1 trilhão de euros até setembro de 2016
Até setembro do próximo ano, mais de 1 trilhão de euros terão sido criados, destaca a Reuters.
Pelo mecanismo conhecido como quantitative easing (QE) ou afrouxamento quantitativo, o banco central compra ativos, normalmente títulos públicos, com o dinheiro que a própria autoridade monetária emitiu.
O banco central usa, então, esse "novo" dinheiro para comprar os títulos de investidores, o que aumenta a liquidez do sistema financeiro, encorajando instituições financeiras a emprestar mais para empresas e indivíduos. O objetivo é que, com mais dinheiro no bolso, empresas e indivíduos invistam e gastem mais, acelerando o crescimento da economia.
Os bônus serão comprados no mercado secundário em proporção ao capital do BCE, o que significa que as maiores economias, da Alemanha para baixo, terão mais de sua dívida comprada pelo BCE do que países menores.
A perspectiva de forte ação do BCE já tinha levado o banco central suíço a abandonar o limite do franco enquanto a Dinamarca, cuja moeda é atrelada ao euro, foi forçada a reduzir a taxa de juros em antecipação à enxurrada de dinheiro.
Draghi informou que 20% das compras de ativos ficarão sujeitas a compartilhamento de risco, sugerindo que a maior parte de qualquer perda potencial ficará nas mãos de bancos centrais nacionais.
Críticos dizem que isso questiona o conceito de compartilhamento de risco na zona do euro e que países com dívida já alta podem se ver com mais encargos.
FONTE:G1 DATA:22/01/2015
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